terça-feira, 19 de julho de 2011

Reflexões sobre o fim do mundo

Em meus 50 anos de vida tentaram matar o mundo muitas vezes. Videntes, pais-de-santo, astrólogos, autores de ficção científica e mesmo o maluco da esquina, a cada ano que chegava ao fim, tinham a sua teoria de que o mundo não passaria do próximo ano. Isso fora as proverbiais enchentes, furacões, terremotos, todos com intensidade muito acima do normal e com milhões de vítimas inocentes.

Lembro-me de uma previsão que sempre era repetida, ano após ano, quando eu era criança: a de que o bairro de Copacabana seria invadido pelo mar, numa enchente nunca vista. O número de vítimas causaria medo e espanto no mundo inteiro. E, a cada ano que passava, havia a sua cota de ressacas, e o máximo que acontecia era o mar atingir algumas garagens dos edifícios à beira mar, para desespero dos donos de automóveis. No final da década de 60 e início da de 70 o bairro foi aterrado e a praia recuou muitas dezenas de metros, mas as profecias, essas pareciam não recuar nunca.

A profecia mais estruturada que eu já ouvi sobre o fim do mundo proveio de uma interpretação de um conjunto de quadras de Nostradamus, muito em voga no início dos anos 80. Ela falava do surgimento de um anti-cristo no Oriente, um homem muito carismático, maldoso e poderoso que se chamaria Gog ou Magog. Ele causaria muito medo no mundo ocidental por ter dentes na garganta. Esse anticristo começaria uma 2ª guerra mundial contra o ocidente, na qual haveria uma batalha naval entre os EUA e a China. Os EUA venceriam a batalha, mas se arrependeriam profundamente de nela ter entrado. O Papa seria capturado e o Rio Sena em Paris ficaria vermelho de sangue. A contenta final, ou Armagedon, seria em território sírio, e tinha data marcada para acontecer: a primavera de 1999. Ela terminaria com a vitória das forças de Cristo e com o retorno Deste para a Terra, para julgar vivos e mortos. O pior de tudo é que eu, em alguns momentos, cheguei a cogitar de que tudo isso poderia acontecer de verdade.

Com o mundo caminhando em sentido inverso ao dessa nefasta teoria (por exemplo, a União Soviética foi desfeita e o Muro de Berlim foi destruído), os agourentos de plantão logo trataram de refinar outra profecia: a do bug do milênio. Segundo ela, os computadores do mundo inteiro “zerariam” na passagem de 1999 para 2000, com todas as conseqüências drásticas que isso poderia significar: desde o “sumiço” de dinheiro em contas bancárias ao disparo acidental de mísseis nucleares, o que poderia provocar o caos e – segundo os mais fanáticos – o fim do mundo. Já mais escolado, não acreditei em tal profecia, mas retirei um extrato bancário no final de 1999 para provar que minhas parcas economias estavam no banco, por mera precaução, é lógico. Desnecessário dizer que a precaução demonstrou ter sido inútil.

Agora inventaram uma profecia não tão sofisticada como a que eu relatei, mas que vem deixando muita gente de cabelo em pé, principalmente os mais jovens: trata-se do fim do mundo em 21/12/2012, data em que os antigos maias, civilização sofisticada que viveu no Sul do México e desapareceu misteriosamente pouco antes da chegada dos espanhóis, finalizaram seu calendário. A profecia é a de que esta data marcará o fim do mundo. Já se escreveram livros e até um filme foi lançado sobre esse tema, o que só faz exaltar nos jovens corações a dúvida e o medo. Se desta vez o mundo vai acabar realmente eu duvido muito, mas o futuro a Deus pertence. O fato é que essa cantilena já rendeu e continuará rendendo bastante dinheiro para os ficcionistas, que deverão ter um réveillon de 2012 para 2013 em grande estilo. Eu passarei o meu como sempre, tomando goles de champanhe nacional e me regozijando com o fato de que estarei um pouquinho mais velho, mas vivo e saudável.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os perigos da poeira

Vivemos numa atmosfera poeirenta. A poeira que entra pelas nossas janelas pode vir de milhares de quilômetros de distância. Trata-se de um fenômeno planetário: tempestades de poeira provenientes do deserto do Saara atingem regularmente os Alpes e a Costa Leste dos EUA; nuvens de poeira podem ir da Ásia à Califórnia em menos de uma semana.

Qualquer estudo da poeira deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

• Mudanças no equilíbrio térmico da Terra (a poeira reflete calor, o que resfria o planeta, num fenômeno conhecido como albedo);
• Transporte de bactérias patogênicas para regiões densamente povoadas;
• Deposição de sedimentos levados pelo vento em recifes de corais antes intocados, prejudicando o crescimento e até a sobrevivência dos mesmos;
• Queda generalizada da qualidade do ar;
• Abastecimento de nutrientes essenciais às florestas, principalmente as tropicais; •Transporte e deposição de substâncias tóxicas ou radioativas.

Para se amenizar as conseqüências negativas da poeira, precisamos conhecê-la melhor, incluindo os processos que controlam suas fontes e transporte, além de seu impacto. Se pudermos identificar e controlar a poeira produzida pelas atividades humanas já estaremos começando a longa caminhada com o pé direito.

Partículas muito pequenas podem penetrar no fundo dos pulmões e causar silicose, asbestose e outras moléstias pulmonares. Quanto mais densa for a concentração de poeira, mais elevados serão os níveis de doenças respiratórias crônicas e as taxas de mortalidade associadas às mesmas. A poeira associada ao asbesto (amianto) é altamente cancerígena.

A silicose natural foi descoberta em beduínos nômades do Saara em meados do século 20; posteriormente, ela foi identificada em lavradores paquistaneses e californianos, em moradores do Ladakh (região dividida por Índia, Paquistão e China), do deserto de Thar (noroeste da Índia) e do norte da China. Estudos mostram que a doença atinge mais de 22% das populações de algumas aldeias do Ladakh e mais de 21% das pessoas acima de 40 anos em regiões no norte da China. Estima-se que ela afete dezenas e talvez centenas de milhões de pessoas na Ásia.

Tanto a superfície da Terra como a poeira em suspensão na atmosfera terão de ser estudadas mais a fundo se quisermos prever e amenizar os problemas originários de sua inalação. Em terra, deve-se identificar as fontes e as zonas de deposição e determinar como o movimento da poeira variou tanto no passado recente quanto sob condições de clima diferentes. Incorporar poeiras em modelos climáticos (desde a fonte até o local de deposição) melhorará o entendimento e permitirá elaborar previsões em várias escalas cronológicas (de semanas a séculos).

terça-feira, 7 de junho de 2011

Como se formam as montanhas e fossas submarinas

Nosso planeta é constituído de 4 camadas principais, do interior para o exterior: um núcleo que se supõe ser líquido e composto de uma liga de ferro e níquel, com temperaturas próximas daquelas da superfície do sol, baseado no estudo das características de ondas sísmicas provenientes de terremotos e na analogia com muitos meteoritos que são compostos por tal liga metálica; o manto, composto por rochas quentes e viscosas, submetidas a elevadas temperaturas e pressões; a crosta terrestre, a fina camada sólida sobre a qual vivemos; e finalmente a atmosfera, camada gasosa que fornece o oxigênio do qual necessitamos para viver.

A crosta terrestre, que tem espessuras de até 70 km sob os continentes e 10 km sob os oceanos, está dividida em uma dúzia de compartimentos denominados placas tectônicas, as quais se movem umas em relação às outras; em muitos dos contatos entre as placas, elas colidem por se moverem em sentidos contrários, e é essa colisão a principal causa da formação das cadeias montanhosas. Tomemos como exemplo as placas de Nazca e da América do Sul; a primeira é constituída por crosta oceânica, de composição basáltica (um tipo de rocha vulcânica) e se move de oeste para leste, e a segunda é constituída por crosta continental, de composição granítica e se move de leste para oeste. Como o basalto é mais denso (pesado) que o granito, na colisão entre essas duas placas, a placa de Nazca, mais densa, "mergulha" sob a placa Sul-americana, num fenômeno conhecido por subducção. Esse fenômeno causa encurtamento crustal na placa Sul-americana, causando o "enrugamento" da mesma em seu limite ocidental, formando a Cordilheira dos Andes. Em zonas de subducção, terremotos e vulcanismo ativo são muito comuns.

Já a Cadeia do Himalaia, situada na Ásia, entre a Índia e a China, tem uma origem ligeiramente diferente. Lá ocorre igualmente uma colisão entre duas placas, as placas da Índia e da Eurásia, só que, nesse caso, ambas são constituídas por crosta continental de composição granítica; como não há diferenças de densidade entre ambas, não ocorre o fenômeno da subducção e o encurtamento crustal é maior, gerando montanhas ainda mais elevadas do que nos Andes. Entretanto, ao contrário desses últimos, onde os picos mais elevados são vulcões, nos Himalaias não há vulcanismo e nem terremotos, pela ausência de subducção.

O fundo dos oceanos apresenta cadeias de montanhas submarinas denominadas cadeias mesoceânicas, onde ocorre a formação de porções mais novas de crosta oceânica pelo extravasamento e posterior resfriamento de lavas basálticas, e esse fenômeno é responsável pela chamada deriva continental; por exemplo, no fundo do Oceano Atlântico, a meia distância entre os continentes Africano e Americano, há uma cadeia montanhosa submarina desse tipo, onde ocorre o afastamento entre os citados continentes. Como na Islândia a produção de lava é muito maior do que no restante dessa cadeia montanhosa, esta atinge maiores altitudes e emerge na superfície do mar, formando a ilha que constitui o citado país.

Finalmente, as fossas oceânicas, nas quais foi medida uma coluna de água máxima de cerca de 12 mil metros de profundidade, são formadas quando há convergência de duas placas constituídas por crosta oceânica basáltica, na qual tipicamente ocorre a formação de arcos de ilha, à medida que uma placa mergulha sob a outra. Os arcos são formados por vulcões. A forma de arco aparece devido à esfericidade da superfície terrestre. Ocorre ainda a formação de uma profunda fossa submarina em frente a estes arcos, na zona em que o bloco descendente se inclina para baixo. Bons exemplos deste tipo de convergência de placas oceânicas são as ilhas do Japão e as Ilhas Aleutas, no Alasca.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O que fazer para emagrecer

Na verdade, nós engordamos quando consumimos mais calorias do que gastamos; é simples assim! Nosso organismo gasta energia mesmo quando estamos em repouso, o que é chamado de "metabolismo basal"; esse gasto de energia varia muito de pessoa para pessoa, sendo controlado por fatores como idade, sexo e principalmente genética. É porisso que alguns felizardos comem o que querem e continuam magros - a herança genética deles permite isso. Como o metabolismo varia muito de pessoa para pessoa, se você quiser emagrecer, o melhor caminho é descobrir o seu gasto calórico diário e ingerir um pouco menos de calorias correspondentes a esse gasto. Não siga dietas radicais que fazem algumas pessoas perderem peso rapidamente; tais dietas, além de perigosas, podem privar o corpo de nutrientes fundamentais; adicionalmente, assim que terminar a dieta, você tenderá a comer bastante e acabará mais gordo do que no começo do regime. O ideal é combinar 3 fatores, porque assim você não precisará abusar de nenhum deles: uma alimentação adequada aos seus gastos calóricos, de preferência estabelecida por um nutricionista; os exercícios aeróbicos, como corrida, caminhada rápida, ciclismo, natação, etc. e finalmente uma musculação leve. Os exercícios aeróbicos, que só devem ser feitos após devida liberação médica, são eficientes para queimar calorias; já a musculação não queima tantas calorias diretamente, mas aumenta o metabolismo basal, pois os músculos ligeiramente hipertrofiados gastam mais calorias quando em repouso. Em síntese, é isso. Mas não se esqueça que o fator mais importante num programa de emagrecimento é o controle das calorias ingeridas!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Enquanto o sol não acorda

(Portal do Meio Ambiente)

Cientistas ingleses estão pasmos com o que têm visto sobre a superfície do sol. Aliás, com o que não estão observando. Eles esperavam que períodos de inatividade poderiam durar poucos anos, mas parecem desenganados. Os famosos ventos solares, por exemplo, têm sido os mais fracos desde que seu monitoramento começou. Este fato pode alterar todas as previsões já feitas sobre o aquecimento global. Para ler a matéria completa (curtinha), clique aqui.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Serra do Mar no Rio de Janeiro

O relevo no Rio de Janeiro já foi muito interpretado como sendo originado pela erosão característica de climas glaciais. Tal visão se deve ao naturalista francês Louis de Agassiz que veio ao Brasil à convite de Dom Pedro II. Agassiz interpretou a baia de Guanabara e as formas pontiagudas de alguns picos da Serra dos Órgãos como sendo resultantes da erosão causada pelo movimento de geleiras.

Atualmente sabe-se que tal interpretação é completamente errada, já que a última vez que houve glaciação no Hemisfério Sul com geleiras no Rio de Janeiro foi durante o período Permiano, mais de 250 milhões de anos atrás, sendo que todas as feições de relevo deste período já foram destruídos pela erosão.

O Gráben da Guanabara formou-se no início do Terciário, concomitante com o soerguimento da Serra do Mar, a qual localmente recebe denominações como “Serra das Araras”, “Serra dos Órgãos”, etc. O recuo erosivo da escarpa da Serra do Mar, desde então, fez que esta se desfizesse em morros isolados mais resistentes que vieram a constituir os maciços litorâneos, a Serra da Carioca e mais afastados a Ilha Grande e Sepetiba, além de outros morros costeiros.

Durante as glaciações do Pleistoceno, o litoral recuou centenas de metros e pelo Gráben da Guanabara formou-se um sistema de drenagem que escoava por um rio onde hoje fica a baía homônima. Com o avanço do nível do mar ao fim da glaciação, as águas do mar invadiram o continente e erodiram a foz desde antigo rio, formando a baía da Guanabara no seu formato atual. Foram igualmente inundadas as baías de Sepetiba e Ilha Grande, vizinhas às escarpas da Serra do Mar, assim como o canal de São Sebastião.

A Serra dos Orgãos, assim como o Maciço da Tijuca, é constituída de blocos falhados, denominados horsts (blocos elevados por ação de movimentos tectônicos). Estes maciços são constituídos de rochas cristalinas denominadas granitos e gnaisses, sendo estes últimos oriundos do intenso metamorfismo dos granitos e de rochas sedimentares siliciclásticas. Estes maciços sofreram denudação durante as épocas de maior aridez no final do Neógeno e por isso evoluíram muitos inselbergs, que são elevações isoladas, tais como o Pão de Açúcar, o Corcovado, o Morro dos Cabritos, etc.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O que é um vulcão

Um vulcão nada mais é do que um ponto de extravasamento, na superfície da terra ou no fundo do mar, do magma (rocha fundida e aquecida) proveniente do Manto Terrestre, porção do planeta que se situa ente 5 e 70 km de profundidade (considerando-se a isoterma de 1330º C).

Quando uma fratura ou falha fica ativa na Crosta Terrestre (a porção da Terra sólida e delgada onde vivemos), o magma sobe por essas zonas de fraqueza e extravasa na superfície, formando uma montanha à qual denominamos vulcão.

Quanto ao tempo que demora uma erupção vulcânica, este é muito variável, pois depende das condições geológicas específicas de cada vulcão. Há vulcões, como o Vesúvio, na Itália, que demoram séculos para entrar em erupção, ao passo que outros, como o Etna, também na Itália, tem estado em erupção contínua, ora mais forte, ora mais fraca, nos últimos 2 mil anos. Existem também os vulcões extintos, havendo um belo exemplar no Município de Nova Iguaçu -RJ, cuja última erupção foi há cerca de 65 milhões de anos atrás.

As atividades vulcânicas e tectônicas são ocasionadas pela dinâmica interna de nosso planeta. A delgada camada externa onde vivemos, denominada crosta terrestre, é subdividida em uma dúzia de compartimentos denominados placas tectônicas, as quais flutuam sobre as rochas aquecidas e fluidas do manto terrestre, que se movem lentamente formando correntes de convecção. É esse movimento de convecção que forma as atividades vulcânicas e tectônicas.

Em alguns dos limites de placas, uma delas mergulha sob a outra, num fenômeno denominado "subducção" . Na subducção, há um enrugamento da crosta terrestre, que produz cadeias montanhosas na placa que fica por cima, e muitas dessas altas montanhas são formadas por vulcões. Os vulcões se formam porque uma placa, ao mergulhar sob a outra, leva água do mar e sedimentos marinhos para as profundezas do manto, onde esses materiais baixam o ponto de fusão das rochas, que então se fundem, originando o magma (rocha quente e fundida). Este ascende por falhas e fraturas profundas até chegar à superfície da terra, onde extravasa sob a forma de lavas e formam montanhas denominadas vulcões. É por isso que os vulcões são abundantes no chamado "círculo de fogo" que circunda todo o Oceano Pacífico: nas bordas desse oceano, há subducçao de placas. A própria Cordilheira dos Andes, cujas montanhas mais altas são vulcões, foi formada pela subducção da Placa de Nazca sob a Placa Sul-Americana.

Em suma, na Terra há desde vulcões que só tiveram uma única erupção a vulcões que ficam ativos, intermitentemente, por milhões de anos, e o que condiciona essa característica é a frequência com que a câmara magmática (reservatório subterrâneo de magma) é alimentada com material novo proveniente das profundezas aquecidas de nosso planeta.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Influência da água na regulação das temperaturas

A água possui um elevado calor específico e é má condutora de calor. Por esses motivos, ela demora mais que a terra para se aquecer durante o dia e para se resfriar durante a noite. Isso faz com que os climas marítimos sejam mais amenos do que os climas continentais, porque, durante o dia, enquanto a terra esquenta rapidamente, sua temperatura é amenizada pela brisa marítima, sendo que o contrário acontece à noite, ocasião em que os ventos sopram da terra para o mar e não permitem que a terra resfrie muito rápido. Nesses casos, a amplitude térmica (diferença entre as temperaturas máximas) é menor nos climas marítimos do que nos climas continentais.

A água dos oceanos transporta calor dos trópicos para as regiões frias, como é o caso da famosa Corrente do Golfo, que parte do Caribe em direção ao Norte da Europa, tornando o clima de países como a França, a Holanda, Inglaterra, Suécia e Noruega mais ameno que os locais de mesma latitude na Rússia Européia, onde a continentalidade produz um clima muito mais frio. Um bom exemplo é Figueira da Foz, na Costa Portuguesa, banhada pela corrente do golfo, se comparada com New York. Ambas estão a 40º de latitude norte, mas em Figueira da Foz quase nunca neva, ao passo que é relativamente comum nevar em NY.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A probabilidade de ocorrência de um tsunami no Brasil

Teoricamente, é possível que uma erupção do instável vulcão Cumbre Vieja em La Palma (uma das Ilhas Canárias) possa causar um imenso deslizamento de terra para dentro do mar. Nesse potencial deslizamento de terra, a metade oeste da ilha (pesando provavelmente 500 bilhões de toneladas) desabaria catastroficamente dentro do oceano. Esse megadeslizamento de terras causaria uma megatsunami de cem metros que devastaria a costa da África noroeste, com uma onda de trinta a cinqüenta metros, a qual alcançaria a costa leste da América do Norte muitas horas depois, causando devastação costeira em massa e a provável morte de milhões de pessoas. Especula-se também acerca da possibilidade de tal cataclisma atingir a costa norte e nordeste brasileira, fato que desperta a preocupação de algumas autoridades, tendo em vista a inexistência de qualquer estrutura de prevenção de tsunamis no Brasil.

Segundo Bill McGuire, diretor do Centro de Pesquisa de Riscos Benfield Grieg, da University College of London, existe a possibilidade de essas ondas gigantes atingirem a região Norte e Nordeste do Brasil.

Este cientista têm previsões catastróficas para o Brasil. McGuire especula que o bloco vai cair e gerar tsunamis que vão atravessar os oceanos até 19 horas depois da erupção, ondas de 4 a 18 metros iriam atingir a costa Norte e Nordeste do Brasil, do Pará à Paraíba. A ilha de Fernando de Noronha seria um dos locais onde a tsunami chegará com mais força no Atlântico Sul.

Segundo Mc Guirre, essa seria a provável sequência dos acontecimentos:

- uma erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha La Palma, Arquipélago das Canárias, jogaria no mar um volume de terra com 500 km3. A queda provocaria a formação de ondas gigantes;

- o intervalo entre uma onda e outra seria de apenas 10 minutos. Logo que começassem a se formar, cada uma delas teria 120 quilômetros de comprimento;

- em apenas 1 hora, as ondas chegariam a uma velocidade de 720 km/h e atingiriam a costa do Marrocos com elevações de 100 metros;

- enquanto viajam pelo mar aberto, como acontece com todos os tsunamis, as ondas perdem velocidade e ficam menores em comprimento. Já a altura cresce à medida que elas se aproximam da costa;

- as ondas seriam fatais para cidades baixas, como a cidade de Belém do Pará. "A parte mais alta de Belém tem só 30 metros de altura. O famoso Mercado Ver-O-Peso, por exemplo, ficaria encoberto por água", diz José Geraldo Alves, do Centro de Geociências da Universidade Federal do Pará;

- em Jericoaquara, Ceará, as ondas arrastariam estruturas sem raízes fixas, como bancos de areia. Uma energia tão grande quanto a de um tsunami faria em minutos o trabalho de anos do vento e é bem possível que as dunas fossem varridas do mapa;

- a vida marinha no arquipélago de Fernando de Noronha, seria muito afetada. O impacto da água poderia destruir os corais e, com isso, modificar todo o ecossistema. Dezenas de espécies de animais poderiam morrer. Entre eles, muitos golfinhos, símbolos do local.

O Brasil não será a única vítima das ondas gigantes nas Américas. O tsunami também pode levar à destruição das ilhas caribenhas e de alguns estados americanos, como a Geórgia e a Flórida, que serão atingidos cerca de nove horas após o início do tsunami

As ondas que atingiriam os litorais Norte e o Nordeste teriam 20 metros de altura e 6 quilômetros de comprimento. Elas levarão tudo o que estiver perto da costa. Em locais onde a topografia é baixa, poderão alcançar até 10 quilômetros território adentro.


Finalizando, a probabilidade de ocorrência de um tsunami dessas proporções existe, mas é pequena. O fato é que, uma vez ocorrido o megadeslizamento de terra dentro do mar, nas Ilhas Canárias, a população do litoral das regiões Norte e Nordeste teria menos de 20 horas para ser avisada e transportada para locais mais altos.


Fonte: http://mais.uol.com.br/

quinta-feira, 12 de maio de 2011

A importância do Sol para a Terra

Talvez a influência mais importante do Sol em relação à Terra seja garantir a esta a sua posição relativamente estável no espaço. Sem a força da gravidade do Sol para atraí-la para sua órbita, a Terra seria um planeta errante no espaço, e provavelmente logo colidiria com algum outro corpo celeste. Ou seja, em todos os sentidos a Terra deve ao Sol a sua existência.

O Sol é a principal fonte de energia primária para a Terra: mesmo a energia elétrica produzida por uma usina hidrelétrica tem a sua origem no Sol. Explicando melhor: a energia radiante do Sol provoca a evaporação das águas, que se condensam nas partes mais altas da Troposfera e originam as nuvens e depois a chuva. Parte da água da chuva que infiltra na Terra passa a correr pela superfície da mesma através de rios, até ser capturada por uma represa, onde a energia eletromagnética do sol, que já havia sido transformada em energia mecânica (cinética), transforma-se em energia potencial. Na saída do reservatório, a energia potencial das águas transforma-se novamente em energia cinética, e as águas movem as turbinas onde a energia cinética da água em movimento se transforma em energia elétrica.

Analogamente, a energia que move a esmagadora maioria dos seres vivos é oriunda da fotossíntese, reação química na qual a energia eletromagnética do sol se transforma em energia química nas plantas, as quais, uma vez ingeridas pelos animais, fornecem a eles o alimento que proverá de energia todos os processos fisiológicos de seus organismos, desde a energia mecânica dos músculos à energia neuroquímica do sistema nervoso. Em síntese: nós, seres humanos, somos movidos à energia solar!

terça-feira, 10 de maio de 2011

O tratamento medicamentoso da depressão

Vinte e quatro anos depois do lançamento, em 1987, do Prozac (fluoxetina), antidepressivo revolucionário para a época que virou febre nos anos 90, sabe-se que os antidepressivos evoluíram muito, mas não ainda exatamente como funcionam. Quando o Prozac chegou ao mercado havia os chamados antidepressivos tricíclicos e os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs), que eram eficazes, mas apresentavam efeitos colaterais muito fortes, como diminuição de libido, ganho de peso, constipação intestinal e outros. Denominado pela mídia da época de “pílula da felicidade”, a fluoxetina revolucionou ao agir pontualmente em um neurotransmissor cerebral, a serotonina, e ao reduzir esses efeitos colaterais dos IMAOs.

Depois da fluoxetina, surgiram os antidepressivos atípicos, que atuam na serotonina e na noradrenalina ou em outros neurotransmissores envolvidos na sensação de bem-estar. Mas não é apenas a disponibilidade dessas substâncias no cérebro que combate a depressão. Esta é a primeira alteração bioquímica provocada por um antidepressivo. Há outros efeitos que só surgem após duas semanas. O organismo precisa de um tempo para se adaptar. Nesse período, ocorre uma série de processos que ainda não se sabe exatamente quais são. Só quando isso for totalmente desvendado é que se terá um remédio de fato eficaz e que funcione para todos os pacientes deprimidos.

Levantamentos mostram que 70% dos pacientes com depressão respondem bem ao primeiro medicamento prescrito. Nesses casos, após duas ou três semanas, os efeitos positivos do medicamento se fazem sentir. Os outros 30% precisam testar outras combinações medicamentosas até encontrarem a mais adequada. Entretanto, em alguns poucos casos, essa combinação nunca é encontrada. Mas, enquanto alguns poucos pacientes não reagem ao tratamento, outros não só se vêem livres dos sintomas da depressão como passam a se sentir ainda melhores do que antes do início da doença.
Um fato importante é o de que, depois de iniciado o tratamento, o paciente de depressão precisa ir até o fim. Mas abandonar o tratamento é um erro cometido por muita gente. Um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que 70% dos pacientes pararam de tomar os antidepressivos antes do tempo estipulado por seus psiquiatras. A decisão é especialmente grave porque aumenta o risco de futuras crises. Muitos desistem do tratamento ao perceber que não estão melhorando como esperavam. Isso acontece em alguns casos, justamente porque nem sempre o primeiro medicamento receitado surte efeito. O doente de depressão precisa ser “paciente” no sentido literal da palavra.

Um dos fatores que mais contribuem para o abandono precoce dos antidepressivos são efeitos colaterais como o ganho de peso Estima-se que entre 70% a 80% dos remédios psiquiátricos engordam. De um modo geral, os efeitos colaterais de um antidepressivo diminuem com o tempo de uso, mas o ganho de peso costuma persistir e muitos pacientes desistem em favor da boa forma. Não só por isso, mas também por conta da grande preocupação com a obesidade, mal que atinge 11% dos brasileiros adultos, combater esse efeito é um dos maiores desafios atuais do tratamento medicamentoso da depressão.

Por último, mas não menos importante, o conteúdo desta postagem tem finalidade unicamente informativa, como é o caso de todas as demais postagens de saúde do site Ciências e Poemas. Persistindo dúvidas ou havendo a necessidade de informações complementares, o profissional médico deverá ser consultado.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A semente do medo

Prezados leitores, tomo a liberdade de reproduzir aqui uma análise profunda e bela de Mauro Santayana sobre a morte de Bin Laden, publicada no Jornal do Brasil do dia 4 de maio último. Sem tintas partidária, o ecritor tece uma narrativa contundente, que se segue abaixo:

"A semente do medo"
Mauro Santayana

"Os americanos comemoram nas ruas a morte de Bin Laden, enquanto nos países muçulmanos outros oram pelo homem que consideram mártir. Como parte da Humanidade, talvez não nos conviesse a euforia pela execução sumária de Bin Laden, nem a consternação por sua morte. Os Estados Unidos celebram a morte de Bin Laden, e um ex-embaixador brasileiro considerou-a “espetacular”. É melhor ver a morte de qualquer homem, bom ou mau, como a morte de parte de nós mesmos. Como no belo poema em prosa de Donne, “any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee”. A morte de qualquer homem me diminui, disse o poeta, porque sou parte da Humanidade, e, por isso, não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por você. Todos nós morremos um pouco, quando as Torres Gêmeas vieram abaixo, e todos nós morremos quase diariamente com os que tombam e tombaram, na Palestina, no Iraque, no Afeganistão, na Costa do Marfim, no Realengo, em Eldorado dos Carajás, na Candelária e nas favelas brasileiras".

Para a leitura completa do artigo, clicar aqui.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Veríssimo: Salvem as mulheres!

O escritor Luís Fernando Veríssimo, como sempre, nos brinda com um texto inteligente, no qual ele alia a seu senso de humor peculiar o seu profundo conhecimento da natureza humana. No texto a seguir, intitulado "Salvem as mulheres!", ele dá conselhos para que nós, homens, saibamos apreciar as grandes mulheres e, caso estejamos nos relacionando com uma delas, não a percamos devido ao nosso machismo excessivo. Para ter acesso à integra do texto de Veríssimo, o leitor pode clicar aqui.
Um abraço a todos e boa leitura,
Sérgio Oreiro

Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

O diagnóstico e o tratamento do TOC – Transtorno obsessivo-compulsivo - devem ser feitos por psiquiatra ou psicólogo devidamente capacitado. Esse transtorno está classificado entre os transtornos de ansiedade e tem causa genéticas bem definidas, consistindo no desequilíbrio no funcionamento dos neurotransmissores cerebrais, como a serotonina.

O TOC funciona mais ou menos da seguinte forma: a pessoa tem um pensamento obsessivo, que invade a sua mente e a perturba; a fim de lidar com esse pensamento, a pessoa começa a desenvolver rituais, e acaba se sentindo mal se é impedida de repetir esses rituais; é por esse motivo que ele é classificado como um transtorno de ansiedade: se a pessoa for impedida de realizar seus rituais, ela manifestará vários sintomas desse transtorno.

O TOC se manifesta com vários níveis de gravidade, podendo se tornar incapacitante quando uma pessoa, por exemplo, não consegue chegar a seu trabalho ou colégio porque tem de voltar para casa "n" vezes a fim de verificar se realmente trancou a porta ao sair.

O tratamento para o TOC consiste em psicoterapia combinada ou não com medicamentos, podendo a psicoterapia ser aplicada por um psicólogo e o tratamento medicamentoso por um psiquiatra, ou ambos por um psiquiatra. O tipo de psicoterapia utilizada é a Terapia Cognitivo-Comportamental, e os medicamentos de escolha são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), como a Fluoxetina, a Paroxina, a Sertralina, a Luvoxamina, entre outros.

Por último, mas não menos importante, devo mencionar que as informações acima têm caráter meramente informativo e não substituem o diagnóstico e o tratamento do TOC, prescritos por psicólogos e psiquiatras, profissionais que devem ser consultados sempre que haja a suspeita de TOC.

Leitura de referância: http://www.psicosite.com.br/tra/ans/obsesscompul.htm

terça-feira, 3 de maio de 2011

A Geologia Médica

A Geologia Médica é uma disciplina relativamente recente, que estuda a influência de fatores geológicos ambientais sobre a saúde humana e dos animais. Como exemplos, pode-se citar a exposição excessiva ou a deficiência de elementos químicos e minerais; a inalação de poeiras e partículas rochosas provenientes de erupções vulcânicas; o transporte, as modificações e a concentração de compostos orgânicos; a exposição a micróbios, entre outras complicações na saúde relacionadas às condições geológicas.

Por exemplo, os minérios de zinco normalmente contém um pouco de cádmio, metal altamente tóxico que causa lesões irreversíveis no sistema nervoso doa animais e do homem; já as jazidas de minério de ferro podem contaminar o meio ambiente com resíduos de ferro, fósforo e enxofre. O chumbo causa o saturnismo, doença que afeta o sistema nervoso, o que ocorre também com o mercúrio e o arsênico. Muito do ouro produzido no mundo provém de minérios arsenicais, cujos resíduos, se não forem convenientemente tratados, podem causar a morte dos seres vivos que com eles tenham contato. Da mesma forma,a exposição excessiva ao manganês e seus compostos causa o desenvolvimento do Mal de Parkinson.

Hipócrates já descrevia a intoxicação em trabalhadores das minas de chumbo, por volta de 375 A.C. Georgius Agrícola, pseudônimo do alemão Georg Bauer (que viveu entre 1494-1555), no último capítulo do seu livro "De Re Metallica", descreveu algumas doenças entre mineiros, no século XVI. Este livro, ricamente ilustrado, trata de assuntos mineralógicos e problemas relativos à exploração e produção mineral. O fato de Agricola ser oriundo da Saxônia e de ter vivido grande parte da sua vida nessa região, certamente influenciou sua opção profissional. A Saxônia era uma região rica em minérios, que a tornou um local privilegiado para o desenvolvimento da mineralogia como ciência. Apesar dessa ligação, como já foi dito, a denominação de Geologia Médica foi criada recentemente. Até alguns anos, essa especialidade era denominada Geomedicina.

Leitura de referência: http://www.ige.unicamp.br/geomed/geologia_medica.php

Mistério do triângulo das bermudas solucionado?

Existe uma hipótese que relaciona o desaparecimento súbito de barcos e aeronaves no chamado “Triângulo das Bermudas” ao estouro de grandes bolhas de gás metano, o qual é originado pela decomposição de matéria orgânica por bactérias presentes nos sedimentos que ficam logo abaixo do leito submarino. Esse metano fica preso, em estado sólido, dentro de moléculas de água, originando depósitos de hidratos de metano. Qualquer escorregamento do fundo submarino ou sua erosão por fortes correntes de fundo pode romper o frágil equilíbrio da mistura de hidratos de gás-sedimentos inconsolidados, e, quando isso ocorre, enormes quantidades de metano podem ser liberados sob a forma de bolhas gasosas na água do mar, as quais podem causar o rápido naufrágio de barcos e seu "estouro" na superfície do mar pode provocar uma onda de choque que pode desestabilizar aeronaves, causando a sua queda.

Em 2010, os cientistas australianos Joseph Monaghan e David May chegaram à conclusão de que esses desaparecimentos no Triângulo das Bermudas são provocados por grandes bolhas de gás metano originadas do solo oceânico, fenômeno muito comum nessa área. Segundo esses pesquisadores, que publicaram seu trabalho no American Journal of Physics, o gás atinge a superfície oceânica e se dissolve na água, reduzindo a flutuação e provocando o naufrágio de navios.

Contudo, essas teses apresentadas são contestadas por parte da comunidade científica. Sendo assim, há a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas para solucionar esse enigma, que vem intrigando a população mundial há muitas décadas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Por que o céu é azul

A cor azul do céu visível é o resultado da interação da luz branca do sol com a atmosfera terrestre. No espaço aberto, os astronautas enxergam um céu escuro, porque lá não existe a atmosfera.

A luz branca do Sol é a soma de ondas eletromagnéticas de vários comprimentos de onda e cada um deles é interpretado pelo nosso cérebro como uma cor diferente. O material particulado disperso no ar espalha a luz solar e este espalhamento é mais intenso para as ondas eletromagnéticas de comprimentos de onda menores. Assim, a luz azul, por possuir o menor comprimento de onda entre todas as cores, é o que mais se espalha. Aliás, vale lembrar que o Sol nos parece amarelo exatamente porque a atmosfera espalha a luz azul. O amarelo nada mais é do que a luz branca subtraída do comprimento de onda referente à luz azul. A luz branca do Sol, perdendo parte do seu azul ao atravessar a atmosfera, chega até nós com o aspecto amarelado.

Quando as dimensões das partículas de poeira ou fumaça dispersas na atmosfera são menores que os comprimentos de onda das cores, passam a ocorrer espalhamentos seletivos; somente determinada cor é espalhada e o céu muda de cor. No pôr-do-sol, observa-se um céu mais avermelhado porque, estando o sol no horizonte, a sua luz tem que percorrer uma distância maior no interior da atmosfera para chegar até nós; nesse caminho, ela perde mais luz azul, permitindo que as cores mais próximas do vermelho se sobressaiam, dando o tom tão procurado por todos aqueles que apreciam um belo pôr-do-sol.

sábado, 30 de abril de 2011

Breves observações sobre a depressão

Hoje em dia há poucas dúvidas de que a depressão seja de origem genética e causada pelo desequilíbrio de neurotransmissores no cérebro. Um fato importante do qual muita gente se esquece é o de que todos nós passamos por fases de tristeza e desânimo mais ou menos prolongadas, durante as quais alguns dos sintomas da depressão clínica podem estar presentes; muitas vezes, o diagnóstico da depressão só pode ser feito por psiquiatras experientes.

A depressão se caracteriza por baixa auto-estima, vontade de se isolar socialmente, sensação de desânimo ou cansaço, baixa libido, alterações bruscas no apetite (a pessoa pode querer comer muito ou então não comer nada), sensação incômoda de que a vida não vale a pena, sensação essa que pode vir ou não acompanhada de idéias suicidas, perda de interesse por atividades que antes causavam grande prazer e, em muitos casos, um despertar precoce acompanhado por uma grande tristeza. Muitas vezes a depressão pode ser diagnosticada por esse último sintoma, que normalmente está ausente nas pessoas que estão passando por uma fase de tristeza profunda: o paciente deprimido acorda muito cedo e se sentindo "um lixo", e essa sensação vai melhorando um pouco à medida que o dia avança.

Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento consistirá numa combinação de antidepressivos e psicoterapia, podendo esta última ser ministrada por um psicólogo e o tratamento medicamentoso pelo psiquiatra. Como últimas e importantes observações, devo citar que os antidepressivos demoram de 2 a 3 semanas para fazerem efeito, e pode ser que o primeiro antidepressivo prescrito não faça o efeito desejado, sendo necessário um aumento da dose ou então a substituição por um novo medicamento, caso em que um novo período de espera deve ser aguardado. Com os avanços da psiquiatria e da farmacologia, praticamente todos os casos de depressão podem ser curados ou controlados, permitindo que a pessoa leve uma vida normal.

Observação: essa postagem tem caráter meramente informativo e não substitui o aconselhamento médico adequado. Se você acha que pode estar com depressão, procure um psicólogo e/ou psiquiatra.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Causas e tratamento do transtorno bipolar

O transtorno bipolar é caracterizado pela alternância de uma fase depressiva bem definida com uma fase de euforia (mania ou hipomania), acompanhada ou não de delírios. Por esse fato, esse transtorno era antigamente chamado de psicose maníaco-depressiva. Tal transtorno normalmente se origina entre os vinte e os trinta anos de idade, mas já houve casos relatados de pacientes de terceira idade que manifestaram o transtorno pela primeira vez.

Atualmente, divide-se o transtorno bipolar em dois tipos: o tipo I é a forma clássica descrita acima, mas as fases maníacas não são necessariamente seguidas por fases depressivas ou vice-versa. O tipo II é aquele onde a depressão não é seguida por uma fase maníaca, mas hipomaníaca (mais branda).

Na fase maníaca, o paciente se encontra muito animado, risonho e falante, às vezes atropelando seus próprios pensamentos. Pode ter delírios de grandeza e se sente invencível. Pode mudar de humor rapidamente, ou seja, de sorridente pode passar a mal humorado e zangado, e depois esquecer imediatamente a situação ou pessoa que o fez se sentir contrariado.

Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas de depressão e hipomania entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também uma minoria de pacientes que não se recupera, tornando-se totalmente dependentes de seus familiares e dos profissionais de saúde mental.

A causa primária do transtorno bipolar é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento, como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos marcantes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida. Não se descarta uma origem genética para esse transtorno, uma vez que em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com esse problema.

O tratamento é feito com uma combinação de antidepressivos com estabilizadores de humor, nos casos em que a depressão é muito forte; atualmente, há uma tendência crescente na psiquiatria de se tratar o transtorno bipolar apenas com estabilizadores de humor, como o carbonato de lítio, alguns anticonvulsionantes modernos como o topiramato, etc. Nos casos de episódios maníacos delirantes, é necessário o uso de antipsicóticos.

Por último, mas não menos importante, as informações contidas neste blog não têm a pretensão de substituir o diagnóstico e o tratamento médico adequados. Atualmente, há uma tendência de se rotular pessoas normais como tendo algum tipo de problema psiquiátrico; por exemplo, uma pessoa que esteja profundamente triste é dada como deprimida, e uma pessoa “de lua”, que apresenta fases de alegria intercaladas com fases em que está mais introspectiva é taxada de bipolar, etc. Desta forma, somente um profissional de saúde devidamente qualificado deverá estabelecer diagnósticos e tratamentos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Causas naturais de desequilíbrios ambientais

Há vários fatores naturais que produzem desequilíbrio ambiental; entre os mesmos, talvez os que mais causem modificações sejam as erupções vulcânicas muito intensas e do tipo explosivo; tais erupções lançam material particulado na atmosfera (a chamada "poeira vulcânica"), o qual, ao refletir a energia do sol de volta para o espaço, pode criar uma espécie de "inverno vulcânico" que causará a extinção de algumas espécies de plantas e animais em vários ecossistemas. Além disso, o gás sulfídrico (um composto de enxofre) lançado pela erupção na atmosfera pode tornar a chuva ácida, causando contaminação dos corpos de água e afetando os ecossistemas nele existentes.

Um segundo exemplo de causa natural de desequilíbrio ambiental é o impacto de um grande meteoro, como o que ocorreu há 65 milhões de anos na Península de Yucatan, no México. Esse impacto causou fortes desequilíbrios em praticamente todos os ecossistemas da Terra, tendo sido responsável, segundo a opinião da maioria dos cientistas, pela extinção dos dinossauros. Além disso, há fortes evidências de que esse impacto causou incêndios florestais em todo o mundo, porque, nos afloramentos rochosos onde é possível encontrar sedimentos datados de 65 milhões de anos atrás, evento que marca a passagem do Período Cretáceo para o Terciário, há uma fina camada de cinzas e carvão com elevados teores de irídio, um elemento raro encontrado em meteoritos. A associação dessa anomalia positiva de irídio com a delgada camada de carvão datada de 65 milhões de anos, encontrada em afloramentos rochosos em todo o mundo, constitui evidência muito forte de que o citado impacto causou violentos incêndios que cobriram a Terra.

Uma terceira causa natural de desequilíbrios ambientais são as mudanças climáticas relativamente rápidas; por exemplo, até cerca de 7 mil anos atrás o Deserto do Saara era úmido e habitado por espécies como o crocodilo e o ser humano, conforme provado pela descoberta de fósseis relativamente recentes do citado animal e pinturas rupestres em paredes rochosas, indicando que o homem habitava a área do atual deserto. Uma mudança no regime dos ventos causou um ressecamento rápido do ambiente, o qual causou desequilíbrios ambientais que culminaram na morte da maioria das espécies que lá viviam; já o ser humano migrou para o leste, em direção ao Rio Nilo, onde iniciou a Civilização Egípcia há cerca de 5 mil anos atrás.

sábado, 23 de abril de 2011

Profissões arriscadas

Alguém me disse que achava que os limpadores de janelas eram os trabalhadores que mais se arriscavam no exercício de suas atividades. Eu respondi que esses trabalhadores atuam cercados de bons aparatos de segurança e é muito difícil ver um caindo por aí. É fácil apontar profissões mais perigosas:

(1) os alpinistas profissionais, que frequentemente são mortos em serviço devido a quedas ou avalanches de neve;

(2) os policiais das grandes cidades, que são frequentemente mortos em confronto com bandidos, sejam esses confrontos planejados ou fortuitos;

(3) os bombeiros, que corajosa e altruisticamente atendem a todos os tipos de chamados e por vezes morrem coletivamente, como foi o caso do onze de setembro de 2001 nas torres gêmeas de Nova Iorque;

(4) os mergulhadores da indústria do petróleo, que atingem profundidades máximas de 300 m e às vezes morrem por problemas de despressurização;

(5) os militares, cuja vida consiste, como disse um filósofo cujo nome não me lembro, em "longos instantes de tédio e breves momentos de terror".

Se algum dos leitores se lembrar de mais alguma profissão perigosa, por favor fique à vontade para comentar!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Como se proteger de um terremoto

Os terremotos, como já foi ressaltado nesse blog, consistem na passagem de ondas sísmicas por uma determinada região. Para saber como agir no caso de um terremoto, é necessário se conhecer princípios básicos da natureza das ondas sísmicas e suas formas de propagação.

Um terremoto normalmente consiste de um forte abalo principal seguido de abalos secundários. Isso acontece porque as primeiras ondas a atingir a região são as ondas primárias ou “ondas P”, cuja velocidade de propagação é mais alta; logo após, vem as ondas secundárias (ondas S), assim chamadas por serem mais lentas que as primárias. As ondas S são responsáveis pelos abalos que se seguem ao tremor principal. Há ainda um terceiro grupo de ondas sísmicas ainda mais lentas, que se propagam pela superfície da Terra e são chamadas de ondas “L” por causa de seu longo comprimento de onda.

Apesar do grande avanço das Geociências nas últimas décadas, infelizmente ainda não é possível prever os terremotos. Como curiosidade, eu vi num documentário de TV a cabo a história de um geofísico californiano que conseguia antever a ocorrência dos terremotos, que são muito frequentes naquele Estado americano, apenas observando os classificados nos jornais; ele descobriu que, poucos dias antes de um tremor, os anúncios de cães desaparecidos dobravam de número. Apesar de este método ser muito pouco científico, sabemos que, de certa forma, muitos animais pressentem os terremotos, provavelmente porque as zonas de falhas geológicas, quando estão próximas do ponto de ruptura, emitem sinais sonoros que são percebidos pelos animais, pois a maioria dos quais tem a audição mais apurada que a nossa.

Se você, leitor brasileiro, estiver a turismo numa região sismicamente ativa, deverá estar familiarizado com os procedimentos básicos que devem ser tomados quando ocorre um terremoto. Aqui mesmo no Brasil, há regiões, como é o caso do agreste e do sertão de Pernambuco, onde pequenos tremores são freqüentes. Esse fato levou o governo daquele estado nordestino a elaborar, em convênio com a UFRN, uma cartilha com recomendações simples para os cidadãos que vivem nessas áreas.


Quando a região onde estamos é abalada por um forte terremoto, é importante não entrarmos em pânico. Se você estiver em um edifício, como um hotel, saiba que os tremores são sentidos com maior intensidade nos andares mais altos. Nesse caso, afaste-se de janelas ou outros objetos de vidro ou de grande tamanho, como armários; não use os elevadores nem as escadas. Se houver incêndio, alerte os demais hóspedes e procure apagá-lo com o extintor mais próximo. Procure se abrigar abaixo de uma mesa ou deite-se no chão, em posição fetal, com o corpo encostado na lateral de uma cama ou de um grande móvel, pois, em caso de desabamento, esses locais normalmente oferecerão espaços vazios em meio aos escombros. Caso seja possível, procure se abrigar nas porções mais externas do edifício, pois esses serão os locais mais facilmente acessáveis pelas equipes de resgate.

Se uma pessoa ficar embaixo do umbral de uma porta, quando um edifício colapsa, a morte é quase certa, porque se você está em pé, embaixo da moldura de uma porta e essa moldura cede e se move para frente ou para trás, você pode morrer esmagado por todo o teto que existe acima de você. Se a moldura da porta cair para algum lado, a moldura vai cortar você pela metade, com todo o peso que vai receber em cima. De qualquer maneira, você vai morrer; portanto, não fique embaixo da moldura de uma porta, em caso de terremoto. Ao invés disso, proceda como foi explicado no parágrafo anterior.

Se você estiver em uma casa, faça de tudo para evitar um possível incêndio, retirando os aparelhos domésticos da tomada e desligando o registro do gás. Vá para a rua e procure ficar no local mais aberto que encontrar, evitando ficar próximo de tudo o que possa desabar, como edificações, monumentos, marquises e árvores.

Caso você fique preso sob os escombros de alguma construção, aguarde um pouco antes de começar a gritar ou fazer barulho para chamar a atenção das equipes de resgate. Os salvamentos acontecem, em geral, só uma hora após o tremor. Por isso, preserve o fôlego (principalmente se estiver muito ferido) e conserve o ar que existe ao seu redor.

Se você estiver em um carro ou ônibus e estes ficarem parados em engarrafamentos, saia dos mesmos e procure se abrigar em locais abertos, ou, caso isso não seja possível, procure se deitar entre os veículos engarrafados, em posição fetal.

Se você já estiver em um local aberto e estiverem caindo pedaços de destroços de construções, sente-se no chão, apóie a cabeça entre os joelhos e cubra-a com os braços, a fim de protegê-la. Se você continuar em pé e correndo, as chances de ser atingido por destroços são grandes.

Finalmente, esteja atento a alertas de tsunamis, que podem ocorrer caso o epicentro do terremoto seja submarino, mas próximo da costa. Nesses casos, tente fugir para os locais mais altos e distantes do litoral, e proceda como indicado aqui.

Uma diferença importente entre gripe e dengue

A gripe, os resfriados e a dengue são viroses e apresentam basicamente os mesmos sintomas. O tratamento é o mesmo: repouso e hidratação, de preferência com muitos sucos de frutas ricas em vitamina C, para fortalecer o sistema imunológico. Se você suspeita de dengue, procure um médico ou o posto de saúde de sua cidade para fazer o teste específico. Uma diferença importante da dengue em relação à gripe é que a dengue pode se complicar após a febre ter cedido, justamente quando a pessoa acha que já está melhor. Caso você sinta dor de barriga e diarréia depois que a febre já passou, procure atendimento médico com urgência, pois a dengue pode ter se complicado, tranformando-se na forma hemorrágica. Em qualquer caso de suspeita de dengue, o uso de analgésicos que contenham aspirina está contraindicado, pois a aspirina pode agravar os casos de dengue hemorrágica.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Paixão - a doença do amor

A paixão é causada por um conjunto de modificações físicas e cerebrais que ocorrem no homem e na mulher com o intuito de preparar o par para o acasalamento e a reprodução. Quando estamos apaixonados, temos sintomas comuns a muitos distúrbios da mente e da personalidade, como ciúme excessivo (paranóia), a aflição quando o ser amado demora a telefonar (ansiedade), uma idéia ou pensamento fixo no ser amado, que nos leva a telefonar compulsivamente para ele (Trantorno Obsessivo Compulsivo). Além disso, se a pessoa por quem nos apaixonamos termina o relacionamento conosco, nós ficamos profundamente deprimidos (depressão).

Tudo isso indica que, no cérebro dos apaixonados, ocorrem reações neuroquímicas bem definidas, que levam os dois a ficarem juntos e a fazerem amor com muita frequência, com o intuito de que a reprodução aconteça. Uma vez que a mulher engravide, o homem fica a seu lado, agindo de forma protetora.

Curiosamente, uma paixão dura em média três anos, tempo suficiente para que a criança cresça e aprenda a andar e a falar. Não estou insinuando que, com o término da paixão, que pode ser abrupto ou gradativo, o casal vá se separar; às vezes isso acontece, porque, quando nossa neuroquímica cerebral volta ao normal, nós passamos a nos aperceber de defeitos do ser amado que não nos eram aparentes durante o auge da paixão. Nos casos onde a paixão ocorre entre pessoas de personalidade compatível, mesmo quando ela cessa, o casal continua junto, pois a s afinidades propiciam o surgimento do amor, sentimento nobre que também pode estar presente na fase da paixão.

A profilaxia da gripe

A gripe é causada pelo vírus da influenza, e, ao contrário dos resfriados, é uma doença grave, que pode levar à morte as pessoas com sistema imunológico mais debilitado, como os idosos.

A principal medida profilática contra a gripe é a vacinação, que deve ser aplicada anualmente, de preferência nos grupos populacionais mais susceptíveis, como os idosos.

Com as facilidades do mundo moderno, o vírus da gripe, que está em constante mutação (daí a necessidade da vacinação anual) pode se espalhar rapidamente por vastas regiões geográficas; por exemplo, recentemente, uma única pessoa proveniente da Ásia causou um surto de gripe no Canadá. O tempo frio, em si, não enfraquece o organismo; o fato de a maioria das epidemias de gripe acontecer no inverno é devida á maior proximidade entre as pessoas que o frio proporciona, aumentando as chances de contágio.

Portanto, numa epidemia de gripe, enquanto não se obtém uma vacina eficiente contra a cepa de vírus que a está causando, as pessoas devem evitar aglomerações, ambientes fechados e fortalecer a saúde geral com boa alimentação e repouso suficiente. Medidas como essas, tomadas em conjunto pelo governo e população mexicana, não só impediram, há alguns anos atrás, que a gripe suína se espalhasse por aquele país, como evitou uma epidemia global de gripe.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O efeito estufa

Ao contrário do que muitos pensam,o sol não aquece diretamente a atmosfera terrestre. Ele aquece os continentes e os oceanos através de seu calor irradiante (raios infravermelhos). A Terra devolve parte desse calor para o espaço sob a forma de radiação, e parte dele vai se propagar na atmosfera por convecção (que é o modo de propagação do calor em meios fluidos como o ar). Alguns gases presentes na atmosfera, como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e principalmente o vapor d'água, retém parte desse calor na atmosfera, impedindo que ele também se perca no espaço. A essa retenção de calor se dá o nome de efeito estufa. Sem ele, a Terra seria um planeta gelado e sem vida; logo, o efeito estufa é importantíssimo para a manutenção da vida na Terra como nós a conhecemos.

Quanto ao suposto aquecimento global, este é devido ao aumento do teor de CO2 na atmosfera que está ocorrendo de forma contínua desde a invenção da máquina a vapor, no final do século XVIII, o que deu origem à chamada Revolução Industrial. A partir da mesma, quantidades cada vez maiores de CO2 estão sendo liberados para a atmosfera, tornando-a mais quente; esse aquecimento, por sua vez, aumenta a taxa de evaporação das águas dos oceanos, o que contribui também para o fortalecimento do efeito estufa, pois o vapor d'água, como já foi dito, também retém o calor na atmosfera. Embora haja controvérsias, estima-se que desde o início da Revolução Industrial até hoje a temperatura média do nosso planeta tenha se elevado em cerca de 2 ºC.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O grande terremoto de Lisboa em 1755

O terremoto catastrófico que arruinou a cidade de Lisboa no Dia de Todos os Santos, no ano de 1755, provavelmente foi oriundo de súbitos deslocamentos de falhas submarinas a oeste e a sul desta cidade. Este famoso terremoto consistiu de dois tremores mais fortes, espaçados de 40 minutos entre si, sendo o segundo deles mais intenso. Não obstante, o primeiro tremor causou muita destruição de construções. Um terceiro tremor ocorreu uma hora mais tarde, com epicentro na cidade de Fez, Marrocos, que também foi violentamente destruída.


O número de vítimas foi ainda maior porque os lisboetas refugiaram-se no cais de mármore recentemente construído no porto de Lisboa, uma área vasta e aparentemente segura. Entretanto, ao terremoto seguiu-se um grande tsunami, com ondas de até 9 metros de altura, que varreram o porto e todas as regiões baixas da cidade, completando o quadro de destruição. Há relatos de pessoas que foram “engolidas” pela terra, tanto no cais de Lisboa quanto numa cidade marroquina, o que demonstra que, entre os perigos de um grande terremoto, está o desaparecimento de pessoas nas profundezas da terra.

Este terremoto foi acompanhado de grandes incêndios e chocou a civilização ocidental pelo fato de ter acontecido em um dia santo, tendo vitimado milhares de pessoas que se encontravam orando nas igrejas da cidade. Tal terremoto foi atribuído à fúria divina, punindo os lisboetas por seus pecados e Portugal pela severidade de sua inquisição. O filósofo alemão Kant, que tinha apenas 13 anos em 1755, condenou essas interpretações, tendo atribuído tal terremoto a causas naturais, mesma explicação dada pelo filósofo francês Rousseau.

Fotografia de uma gravura em madeira ilustrando a força do grande terremoto de Lisboa em 1755.

Referência: Holmes, A (1978) - Principles of Physical Geology. Thomas Nelson Ed., Great Britain, 730 p.

A camada de ozônio

A camada de ozônio é constituída pelo gás homônimo, cuja molécula é formada por 3 átomos de oxigênio (O3). Tal camada se situa nas partes mais altas da atmosfera e nos protege do excesso de radiação ultravioleta do sol e da radiação cósmica.

Ocorre que, como as regiões equatoriais da Terra são mais quentes, o ar aquecido sobe e é carregado para os pólos, onde ele se resfria, desce, e circula novamente em direção ao equador; quando o ar se resfria nos pólos, os gases do tipo clorofluorcarbono (usados em refrigeradores, aparelhos de ar refrigerado e em alguns sprays) reagem quimicamente com o ozônio e o destróem, causando os buracos na camada de ozônio em regiões de latitudes elevadas. Entretanto, tal camada vem se recompondo lentamente, porque os clorofluocarbonos foram proibidos na maior parte dos países e o ozônio é continuamente produzido pela ação de descargas elétricas atmosféricas no oxigênio do ar (O2), transformando parte dele em O3, que sobe para as regiões superiores da atmosfera e vai reconstituir a camada de ozônio.

Curiosamente o ozônio presente nas porções inferiores da atmosfera é um perigoso poluente que provoca problemas respiratórios, degrada tecidos orgânicos e danifica plantas. O ozônio é um poluente secundário, tendo como reagentes principais para sua formação o óxido nítrico e compostos orgânicos voláteis.

Terremotos no Brasil

Os terremotos são fenômenos que podem ser causados por movimentações de rochas ao longo de falhas geológicas, vulcanismo e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas. A maioria dos abalos sísmicos é provocada pela movimentação de uma placa tectônica em relação à outra. Portanto, as regiões mais vulneráveis à ocorrência dos terremotos são aquelas próximas às bordas das placas tectônicas. Na América do Sul, os países mais atingidos por terremotos são, o Chile, Peru e Equador, pois essas nações estão localizadas numa zona de convergência entre as placas tectônicas de Nazca e a Sul-Americana, na qual a primeira mergulha sob a segunda, num fenômeno denominado subducção. A subducção origina fortíssimos terremotos e erupções vulcânicas; é por essa razão que as montanhas mais elevadas da Cordilheira do Andes são vulcões, como o Aconcágua (6962 m de altitude).

O Brasil está situado no centro da placa Sul-Americana, no qual ela atinge até 70 quilômetros de espessura, sendo que os terremotos intraplaca raramente possuem magnitude e intensidade elevadas. No entanto, o território brasileiro está sujeito a terremotos, causados por movimentações diferenciais no interior da placa tectônica, ao longo de zonas de falhas geológicas. Essas falhas, causadoras de abalos sísmicos, estão presentes em todo o território nacional, proporcionando terremotos de pequena magnitude, sendo que a maioria dos mesmos é imperceptível para nós, porém detectáveis por instrumentos especiais denominados sismógrafos.
Segundo o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), no século passado, foram registradas mais de cem de terremotos no país, com magnitudes que atingiram até 6,6 graus na escala Richter. Porém, a maior parte destes abalos não ultrapassou a 4 graus nessa escala, que é logarítmica.

Em 1955, no Mato Grosso, foi detectado um terremoto de 6,6 graus na escala Richter, em área desabitada. Nesse mesmo ano, o Espírito Santo foi atingido por um abalo sísmico de 6,3 graus e no Ceará, foi registrado um terremoto de 5,2 graus na escala Richter, em 1980.

O estado do Amazonas, em 1983, sofreu com um terremoto de 5,5 graus, entretanto, pelo fato de esses terremotos terem atingido áreas com pouca concentração populacional, não houve danos materiais e nem vítimas.

O município de João Câmara, no Rio Grande do Norte, habitado por cerca de 30 mil pessoas e distante cerca de 200 km de Natal, foi atingido por uma série de terremotos na década de 1980. O mais grave deles ocorreu no dia 30 de novembro de 1986, no qual a cidade tremeu com um abalo sísmico de 5,1 graus na escala Richter, provocando a destruição de 4 mil imóveis.

Em 9/dez/2007, um terremoto produziu forte impacto na cidade de Itacarambi, no norte de Minas Gerais, onde pelo menos 76 casas desabaram e uma criança morreu na localidade de Caraíbas. O evento é um dos mais intensos já registrados no Brasil, e o primeiro a produzir vítima fatal. Esse tremor, de 4.9 graus Richter, teve seu hipocentro a 10 km de profundidade, abaixo das coordenadas 15.04 S e 44.19 W, a apenas 3 quilômetros ao norte da cidade Itacarambi, 190 km ao norte de Montes Claros, também em Minas Gerais

Em 22 de abril de 2008 ocorreu um terremoto na cidade de Santos, de 5,2 graus na escala de Richter ocorrido por volta das 21h (horário de Brasília) Esse sismo foi sentido em toda a costa sudeste e em boa parte dos interiores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina. O epicentro do sismo foi o oceano, a aproximados 218 km da cidade de São Vicente e a 270 km de São Paulo. O fenômeno foi registrado às 21h00min48seg (horário de Brasília) , e durou cerca de 3 segundos de acordo com o grupo de sismologia do IAG e do Observatório Sismológico (SIS) da Universidade de Brasília (UnB).O abalo não causou qualquer morte ou ferido grave, porém danos leves foram causados a estruturas de vários edifícios

No Sertão de Pernambuco, os pequenos terremotos são tão frequentes que o Governo daquele Estado, juntamente com o laboratório de sismologia da UFRN, publicou uma cartilha com dicas para a população se proteger de terremotos, dicas essas semelhantes às ensinadas às populações de países onde grandes terremotos são frequantes.

O último grande terremoto registrado no Brasil ocorreu no dia 22 de abril de 2008. Um tremor de 5,2 graus foi sentido nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, embora não tenha sido registrado nenhum desabamento, nem tão pouco a ocorrência de vítimas

sábado, 16 de abril de 2011

Doenças causadas pela poluição das águas

A poluição da água pode se dar através de 4 fatores principais: (1) os agrotóxicos utilizados nas lavouras comerciais (2) os metais pesados provenientes de dejetos industriais, como o chumbo e o mercúrio; (3) agentes infecciosos como vírus, bactérias e protozoários e (4) material radioativo.

As doenças causadas por (1) são as doenças de pele, como dermatites, do aparelho digestivo e o câncer; por (2) são as intoxicações por metais pesados, como o saturnismo, causado pelo excesso de chumbo na água. Em humanos, essa intoxicação pode levar a quadro clínico evidente ou a alterações bioquímicas mais sutis. Os sintomas mais comuns são dores abdominais severas, úlceras orais, constipação, parestesias de mãos e pés e a sensação de gosto metálico. O exame físico pode demonstrar a presença de uma linha de depósito de chumbo na gengiva e neuropatia periférica. Outras alterações incluem anemia (por porfiria secundária e inibição da medula óssea), disfunção renal, hepatite e encefalopatia (com alterações de comportamento, redução no QI).

Já o envenenamento por mercúrio, também chamado mercurialismo ou hidrargirismo, causa lesões ao sistema nervoso central, sistema endócrino (glândulas), rins e outros órgãos, e afeta de forma adversa a boca, as gengivas e os dentes. A exposição por longos períodos de tempo ou a exposição aguda ao vapor de mercúrio pode resultar em dano ao cérebro e morte. O mercúrio e seus compostos são particularmente tóxicos aos fetos e às crianças. Mulheres que estiveram expostas ao mercúrio durante a gravidez deram à luz crianças com sérios defeitos de nascimento (e.g., doença de Minamata). O envenenamento por mercúrio é muito comum em áreas de garimpo, pois os garimpeiros utilizam o mercúrio para deparar o ouro da terra, e o mercúrio vai contaminar as águas.

As principais doenças causadas por (3) são a leptospirose, quando a água tem contato com a urina de ratos; as hepatites, principalmente do tipo A; a febre tifóide; as diarréias infecciosas; cólera e esquistossomose.

As doenças causadas por (4) ocorrem quando a água potável é contaminada por elementos radioativos, como ocorreu no recente acidente nuclear em Fukushima, no Japão; a principal delas é o câncer da tireóide, causado pelo isótopo radioativo do iodo, que se acumula nessa glândula; o césio 137 que se acumula nos músculos, podendo também causar o câncer; e o estrôncio 90, que se acumula nos ossos causando o câncer ósseo e as leucemias..

Doenças causadas pela poluição do ar

A poluição do ar se dá de 2 formas principais : (1) contaminação por gases poluentes, como o monóxido de carbono (CO) ,o dióxido de enxofre e o ozônio e (2) emissão de material particulado (principalmente pequenas partículas de carvão), que constituem a fumaça. As doenças mais comuns causadas por (1) são as doenças de pele, causada pela chuva ácida, a intoxicação pelo CO, que causa tonturas, desmaios e até a morte, se a pessoa não for tirada a tempo do ambiente contaminado; as doenças causadas por (2) são principalmente afecções do sistema respiratório, como o agravamento da asma, as rinites, bronquites e tosses. Sabe-se que a exposição à poluição do ar acelera o envelhecimento por aumentar as substâncias oxidantes no organismo. Mas não é só isso. O monóxido de carbono causa lentidão dos reflexos e sonolência. O dióxido de nitrogênio pode agravar a asma e reduzir as funções do pulmão. O ozônio também causa inflamação nos pulmões, diminuindo a sua capacidade enquanto os particulados menores (com menos de 1/2.400 de uma polegada) podem se alojar nos alvéolos pulmonares e provocar enfermidades respiratórias e cardiovasculares. Além disso, a poeira pode criar alergias, irritação da vista e da garganta.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Uma breve abordagem sobre a esquizofrenia

Atualmente, sabe-se que a esquizofrenia têm uma base genética bem definida e atinge entre 2,5% e 5 % da população mundial. Ela geralmente começa cedo na vida, entre o final da adolescência e no início da idade adulta, razão pela qual ela era chamada, antigamente, de "demência precoce" (uma expressão que hoje se sabe ser totalmente inadequada). Quanto mais precoce é o início da doença, melhores são as perspectivas de boa resposta ao tratamento.

A esquizofrenia normalmente têm um início lento e uma evolução progressiva, exceto nos casos em que um surto psicótico é desencadeado por algum tipo de droga psicotrópica ilícita, como a cocaína ou ainda a maconha. O paciente vai perdendo lentamente o contato com a realidade , isolando-se socialmente, podendo manifestar idéias delirantes, tanto oralmente quanto por escrito. Com a doença plenamente instalada o paciente manifesta delírios, que são idéias reconhecidamente bizarras e/ou desconexas.

Quase sempre as alucinações estão presentes, sendo elas principalmente auditivas: o paciente "ouve vozes", que acredita serem reais, as quais frequentemente dizem coisas negativas sobre ele ou o mandam praticar certas ações; no caso da esquizofrenia paranóide, o paciente tem uma certeza absolutamente infundada de que está sendo perseguido; na forma catatônica, ele poderá ficar quieto e imóvel por longos períodos, ou então realizar movimentos repetitivos e monótonos. Como a esquizofrenia tem bases genéticas e envolve alterações cerebrais, o tratamento deverá ser necessariamente medicamentoso, sendo que os medicamentos devem ser prescritos e acompanhados pelo psiquiatra; atualmente, existem drogas antipsicóticas potentes e com perfil de efeitos colaterais relativamente baixo, permitindo o tratamento domiciliar e ambulatorial na maioria dos casos; internações só serão realizadas, a critério médico, caso o paciente apresente surtos em que se torne violento, mas felizmente isso acontece numa minoria dos casos.

Um paciente bem tratado e com acompanhamento médico adequado poderá, na maioria das vezes, levar uma vida relativamente normal. Portanto, em casos de suspeita de esquizofrenia e/ou outras psicoses, o paciente deverá ser encaminhado para a avaliação psiquiátrica, a qual decidirá qual será a melhor forma de tratamento, caso este seja neccesário. Não há menhum exame que detecte a esquizofrenia, sendo o diagnóstico baseado unicamente no conjunto de sintomas que o indivíduo apresenta.

Referência: http://www.psicosite.com.br/tra/psi/esquizofrenia.htm

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os principais biomas brasileiros

Bioma é um conjunto de diferentes ecossistemas, os quais devem possuir uma homogeneidade relativa. Trocando em miúdos, os biomas são as comunidades biológicas, ou seja, a fauna e a flora interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico chamado biótopo.

O termo "Bioma" é uma combinação de dua palavras gregas (bios, vida, e oma, massa ou grupo) e foi utilizado pela primeira vez em 1943 por Frederic Edward Clements, o qual o definiu como uma unidade biológica ou espaço geográfico cujas características específicas são definidas pelo macroclima, a fitofisionomia (ou seja, a morfologia da flora da região), o solo e a altitude.

O Brasil, sendo um país de dimensões continentais, possui um grande número de biomas distintos. Podemos agrupá-los em 8 domínios principais:

1) a Floresta Amazônica, adaptada ao clima quente e chuvoso das regiões equatoriais, sem estação seca definida. Este bioma apresenta grande biodiversidade tanto animal quanto vegetal, pois esses últimos variam desde pequenas ervas rasteiras a espécies arbóreas que chegam a atingir 30 metros de altura;

2) os cerrados, denominação dada no Brasil às savanas, as quais são constutídas por vegetação rasteira combinada com arbustos de troncos retorcidos; este bioma é característico do clima tropical típico, no qual há uma estação quente e chuvosa e outra estação menos quente e mais seca. Os cerrados ocupam grande parte dos estados de Mato Grosso do Sul, Sul de Mato Grosso, partes de Minas Gerais, Goiás, Sul do Tocantins e grande parte do Território de Roraima; atualmente, têm sido intensamente aproveitados para o agronegócio;

3) a Caatinga, típica do clima semi-árido de boa parte do sertão do Nordeste e do Norte de Minas Gerais, a qual é caracterizada por plantas e arbustos espinhosos e que perdem as folhas durante os longos períodos de seca a que são submetidos, a fim de preservar o máximo a água em seu tecidos orgânicos;

4) a Mata Atlântica, que ocorre desde o Município de Torres, no extremo nordeste do RN, até o Norte do RS, sempre acompanhando o litoral; essa floresta, por sua grande extensão geográfica, possui a maior biodiversidade da Terra e está submetida a diversos tipos de climas e regimes de chuvas: da chamada Zona da Mata Nordestina até o Recôncavo Baiano, as chuvas ocorrem predominantemente no outono e no inverno, sendo menos frequentes nas demais estações; no Sul da Bahia, o clima é semelhante ao da Amazônia, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano; na Região Sudeste, a Mata Atlântica cobre as serras do Mar e da Mantiqueira, onde recebe chuvas abundantes, denominadas chuvas de relevo ou orográficas, as quais são mais intensa no verão; finalmente, na Região Sul, ela ocorre próximo ao litoral em zonas de clima subtropical, no qual as chuvas são bem distribuídas ao longo do ano; da área original de Mata Atlântica, estão preservados apenas cerca de 4 % da floresta original, principalmente no Estado do RJ.

5) A Floresta de Araucárias, típica do clima subtropical de altitude das regiões mais elevadas do interior da Região Sul, sendo constituída por espécies arbóreas como a araucária ou pinheiro do paraná, a erva mate e o cedro, entre outras. Nesse bioma a chuva é bem distribuída ao longo do ano e, ocasionalmente, ocorrem quedas de neve no inverno;

6) os Pampas Gaúchos, sendo constituídos por vegetação rasteira e resistente às geadas frequentes no inverno.

7) o Pantanal Matogressense, bioma também com grande biodiversidade, tanto em termos faunísticos como de flora, pois nele coexistem vegetação aquática com vegetação de terras firmes;

8) restingas e lagunas costeiras, onde ocorre vegetação arbustiva típica e fauna e flora adaptados às águas mais salobras das lagunas e dos mangues. Alguns especialistas afirmam que a vegetação característica dos mangues é a que mais retém o carbono atmosférico, através da fotossintese.

Ecossistemas da Amazônia

A Amazônia, ao contário do que muitos pensam, não é um ecossistema. A definição de ecossistema, termo formado pela junção de duas palavras gregas (oikos, casa e systema, sistema) é uma unidade composta por um ambiente físico com o conjunto de seres vivos que nele habitam, no qual há a coexistência de fatores bióticos (interação entre os seres vivos) e abióticos ( meio físico propriamente dito, ação da água, dos ventos da luz solar, etc.), havendo ainda a interação entre os fatores bióticos e abióticos.

Na Região Amazônica, há uma enorme variedade de ecossistemas, porque a Amazônia é dividida em regiões distintas, cada uma das quais com sua biodiversidade específica. Simplificando, há pelo menos 6 grandes ecossistemas na Amazônia, cuja distinção é feita pelo relevo, umidade do solo e clima. Estes ecossitemas estão assim distribuídos: florestas de áreas secas, florestas de áreas alagáveis (cujo solo passa uma parte do ano alagado e a outra parte seco), ecossistemas fluviais (os rios), ecossistemas lacustres (lagos e lagoas), ecossistemas de igarapés, que são pequenos cursos de água entrelaçados e finalmente os ecossitemas de cerrado, onde a vegetação é composta por arbustos e gramíneas.

Os cinco primeiros ecossistemas ocorrem nas áreas de clima equatorial (quente e chuvoso praticamente durante todo o ano) e o do cerrado, que ocorre na maior parte do Território de Roraima, é característico do clima tropical com duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa e outra mais seca.

sábado, 9 de abril de 2011

O alcoolismo e seu tratamento

Muitas pessoas têm o hábito de tomar uma dose de bebida alcoólica destilada ao chegar em casa após um longo dia de trabalho, para relaxar e aliviar o stress. Os que tem maiores recursos financeiros recorrem ao Whisky, ao passo que a preferência da maioria dos trabalhadores recai sobre a brasileiríssima cachaça.

Para se ter uma idéia do efeito calmante do álcool, uma dose padrão de 50 ml de Whisky tem o mesmo efeito relaxante que um comprimido de 10 mg de diazepam, um medicamento do grupo dos benzodiazepínicos, usado para tratar os transtornos de ansiedade. Normalmente, apenas essa quantidade de bebida alcoólica não fará mal. A palavra Whisky ou Whiskey deriva da palavra gaélica uisgebetha ou da palavra céltica uisgebaugh. Ambas as palavras significam "Água da Vida", e dão uma idéia do efeito ao mesmo tempo estimulante e calmante dessa bebida.

Apesar da conotação positiva da palavra céltica que deu origem ao termo Whisky, não se deve considerar o consumo de doses moderadas de álcool como fator que promove a saúde da população, mesmo havendo estudos científicos indicando que o uso moderado e diário do álcool auxilia na manutenção da boa saúde cardiovascular; o problema do uso das bebidas alcoólicas para essa finalidade é o de que muitas pessoas atravessam o limite entre o consumo moderado e o consumo exagerado das mesmas. Calcula-se que o consumo exagerado de bebidas alcoólicas é responsável por uma em cada 25 mortes no mundo.


O consumo excessivo de álcool é devastador para todos os tecidos e órgãos do organismo, sem exceção. Ao beber muito, a pessoa estará sujeita a desenvolver mais de duzentas doenças, como, por exemplo, a cirrose hepática, a pancreatite alcoólica, o câncer em suas diversas formas e distúrbios cerebrais e de comportamento. Esses últimos podem fazer com que o bebedor tenha problemas com a lei ao se envolver em brigas ou por dirigir alcoolizado. O álcool é muito prejudicial aos neurônios, células que constituem o cérebro e todos os demais elementos do sistema nervoso, porque ele ataca a membrana externa protetora dessas células, o que ocasiona a morte das mesmas.

O alcoolismo é uma doença traiçoeira, que se desenvolve aos poucos, sem que a pessoa se dê conta disso. À medida que esse distúrbio se torna mais grave, o bebedor vai perdendo gradualmente a sua auto-estima e poderá desenvolver problemas sociais, familiares e profissionais. Ainda que a maioria dos alcooólatras possa passar anos sem sentir nenhum sintoma das doenças citadas acima, sua expectativa de vida será reduzida em vários anos.

Embora a maioria dos alcoólatras não se reconheça como tal (ou seja, como dependentes químicos), aqueles que se conscientizam de que o álcool se tornou um problema em suas vidas deverão procurar auxílio médico e/ou psiquiátrico para parar de beber. Os profissionais mais indicados para ajudar o alcoólatra são psicólogos e psiquiatras que se especializaram no tratamento das dependências químicas. Como o alcoolismo é uma doença que causa problemas familiares e sociais, normalmente o tratamento envolve a participação dos membros da família do alcoólatra.

Nos casos em que o alcoólatra não se adapte ou não responda ao tratamento médico, o profissional de saúde usualmente o encaminhará para grupos de apoio como os Alcoólicos Anônimos (AA). Estudos apontam que, nas salas de AA, o índice de sucesso é de cerca de 20%. A experiência tem demonstrado que os métodos que utilizam os 12 passos têm tido um sucesso maior. O índice de recuperação é bem maior do que aquelas metodologias que não adotam os 12 passos na recuperação do dependente e do familiar.

Grupos de ajuda como os AA costumam obter sucesso no tratamento do alcoolismo porque as pessoas que estão sóbrias, mas que já sentiram na própria pele os malefícios da dependência a essa substância, costumam ter uma facilidade muito grande de ajudar um bebedor problemático. Esta é a simplicidade do programa de A.A. , quando um alcoólico recuperado pelo programa dos 12 passos relata seus problemas com a bebida, descreve como está sua sobriedade e o que encontrou nos A.A, estimulando assim um novo membro a experimentar essa abordagem.

Os Doze Passos foram originalmente formulados por Bill W., um co-fundador de Alcoólicos Anônimos, em 1938, nos EUA. Bill inspirou-se nos princípios adotados na época pelo Grupo Oxford, sendo que essa irmandade religiosa apadrinhou o primeiro grupo de AA na localidade de Akron, Estado de Ohio, baseando-se nas experiências práticas que eram adotadas na recuperação do alcoolismo entre os membros de A.A. naquela época. Esses passos foram publicados primeiramente em Alcoólicos Anônimos (1939) e receberam tratamento mais detalhado em Os Doze Passos e as Doze Tradições (1953), ambos escritos por Bill W. (http://www.slaa.org.br/br/conheca_dasa/12passos.htm)


Não finalizarei esse breve artigo sem antes citar outras referências sobre o programa dos 12 passos dos AA, que podem ser encontradas nos seguintes links:

http://www.alcoolicosanonimos.org.br/modules.php?name=Conteudo&pid=14

http://adroga.casadia.org/recuperacao/12_passos_na_recuperacao.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcoolismo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Musculação e repouso adequados proporcionam o ganho de massa muscular

A hipertrofia muscular normalmente ocorre a partir do início da adolescência nos meninos, ocasião em que os testículos começam a produzir quantidades maiores de testosterona, o hormônio sexual masculino. Este fato faz com que, durante a adolescência, os caracteres sexuais secundários masculinos se tornem progressivamente mais acentuados: entre outras alterações, a voz começa a engrossar, há o maior desenvolvimento de pelos no corpo e o crescimento se acelera. Além disso, os órgãos genitais crescem em tamanho e a produção de espermatozóides tem início.

Como conseqüência do citado aumento da produção de testosterona, que é um hormônio naturalmente anabolizante, os músculos começam a se desenvolver, mesmo na ausência de qualquer exercício de força. A intensidade e a duração de todas as modificações corporais e comportamentais induzidas por esse hormônio são controladas pelo condicionamento genético do jovem.

Normalmente, os exercícios de força (musculação com pesos e equipamentos) são desaconselhados durante a fase de maior crescimento, pois eles podem ocasionar a soldadura precoce das extremidades ósseas e, assim, prejudicar o crescimento. O ideal é começar a musculação mais intensa quando o jovem já parou de crescer.

O processo de hipertofia, ou ganho de massa muscular proporcionado pela musculação é relativamente simples de ser entendido. Todas as vezes em que exercitamos um músculo, causamos lesões microscópicas nas fibras musculares das quais o músculo é constituído; ao curar essas lesões, o corpo restaura as fibras com o auxílio das proteínas da dieta e, nesse processo, novas fibras são criadas, para diminuir o risco de novas lesões e preparar o músculo para o novo regime de esforços que ao qual este será submetido. São justamente essas fibras adicionais que fazem o músculo crescer, ocasionando a hipertrofia muscular.

De posse dessas informações básicas, pode-se facilmente deduzir que o repouso é tão importante para o ganho de massa muscular quanto o exercício propriamente dito. Sem o devido repouso, as microlesões não são totalmente curadas e se somam às que são produzidas por uma nova carga de exercícios. Como resultado, pode haver perda de massa muscular e sintomas desagradáveis como a má qualidade do sono, a irritabilidade excessiva e cansaço físico; o conjunto desses sintomas é denominado supertreinamento ou overtraining. Portanto, qualquer programa de exercício de força que tenha como objetivo a hipertrofia muscular deve levar em conta o estabelecimento de um período de repouso, sendo que as séries de exercícios e a intensidade dos mesmos em cada série deve ser aumentada progressivamente, sob a orientação de um professor de educação física devidamente habilitado e, se necessário, com o aconselhamento de um médico especializado em fisiologia do esforço.

A hipertrofia muscular é cada vez mais usada por praticantes de musculação mais avançados, para conseguirem melhores resultados em menos tempo. Mas como se viu, não existe nenhum exercício que seja feito sempre da mesma forma e que dê sempre resultados, pois o ganho máximo de massa muscular que uma pessoa pode atingir é condicionado geneticamente. Além disso, para a obtenção de efeitos melhores, a experiência e a fisiologia dos esforços recomenda que os tipos de exercícios, para um mesmo grupo muscular, devem ser variados a intervalos de tempo regulares, pois tais grupos musculares acabam se adaptando ao exercício praticado sem variações, deixando assim de crescer ao cabo de um determinado tempo . Mas a recomendação principal deve ser repetida, por ser muito importante: é durante a fase de repouso que ocorre a hipertrofia muscular.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Fitness cerebral: sempre alerta e inteligente

Tudo o que faz bem para o coração faz bem também para o cérebro. Então eu, que estou prestes a completar meio século de vida, cuido bem de meu cérebro porque quero me tornar um velhinho esperto e saudável daqui a 20 ou 30 anos. Em primeiro lugar, eu não fumo e não bebo. O álcool é muito nocivo para o cérebro, e a explicação é simples: o cérebro é constituído por bilhões de neurônios interligados entre si; essas células possuem uma cobertura protetora constituída por lipídeos (gordura); o álcool, ao reagir quimicamente com a gordura, dissolve a mesma e deixa os neurônios sem proteção. Como consequência, milhões deles morrem após uma bebedeira.

Em segundo lugar, para funcionar bem, o cérebro necessita de nutrientes e oxigênio que são transportados para ele através do sangue; logo, melhorando a circulação sanguínea, estaremos favorecendo o bom funcionamento de nossos cérebros. Para melhorar a circulação, eu pratico caminhadas rápidas por cerca de uma hora, seis vezes por semana, no final da tarde ou no início da noite; ao fazer isso, estou matando dois coelhos com uma só cajadada: ao caminhar rapidamente, não só estou estimulando o recebimento de nutrientes pelo meu cérebro, como estou proporcionando a ele outro fator importantíssimo para o seu bom funcionamento: uma boa noite de sono, que é favorecida pelo exercício aeróbico feito no final da tarde ou no início da noite.

Eu estou sempre lendo, viajando e aprendendo coisas novas, para preservar as partes de meu cérebro que estão funcionando bem e para exercitar outras partes que não são tão exigidas. Por isso é tão importante criar e inovar: ao fazermos isso, estamos estimulando o desenvolvimento de regiões de nosso cérebro que normalmente usamos menos. Quando eu acabar de escrever essa postagem, eu pegarei o meu recém-comprado violão para praticar sozinho, com o auxílio de um método escrito. Como eu nunca toquei um instrumento musical, aprender violão ativará neurônios que estavam inativos no meu cérebro. Também estou sempre aperfeiçoando meu conhecimento das línguas estrangeiras que eu domino relativamente bem, como o inglês e o espanhol, bem como os de língua portuguesa. O fato de procurar manter meu blog constantemente atualizado é um bom treinamento do meu poder de síntese e também me proporciona um bom aprendizado, pois, muitas vezes, para escrever uma postagem, eu preciso estudar o assunto abordado pela mesma.

Outros métodos simples de treinar o cérebro que eu utilizo no meu cotidiano são, como eu já citei, estar sempre aprendendo algo novo e executando tarefas não usuais, como caminhar para trás e tentar tomar um banho completo totalmente no escuro, pois tentar encontrar o xampu, o sabonete e a toalha no escuro completo aprimora o sentido do tato, o que desenvolverá os neurônios da parte do cérebro responsável pelo mesmo. Outro método que eu utilizo para fazer ginástica ou “fitness”cerebral é treinar os cálculos mentais, pois fazer contas de cabeça sempre foi um de meus pontos fracos; esse exercício simples desenvolverá a parte do cérebro responsável pelos cálculos.

Outra boa forma de se treinar e aprimorar nossos cérebros é tentarmos aprimorar nossas memórias, tanto a memória imediata como a de longo prazo. Isso pode ser conseguido através de exercícios simples de memorização, como as técnicas associativas. Por exemplo, eu, que sempre fui um bom fisionomista, sempre tive dificuldade para recordar o nome de pessoas que eu acabo de conhecer. Então, sempre que sou apresentado para uma pessoa desconhecida, ao apertar sua mão, eu a encaro nos olhos – para guardar sua fisionomia – e associo seu nome a um algarismo. Ao encontrar novamente a pessoa, a lembrança do algarismo faz com que o nome dela venha imediatamente à minha mente. Esse é apenas um breve exemplo dos variados métodos para se treinar a memória, cujo bom funcionamento exige a interligação de várias partes do cérebro, as quais são treinadas por esses exercícios.

Como podemos ver, muito pode ser feito para aprimorar nossa capacidade cerebral, de forma relativamente simples. Finalizando, eu cuido do meu cérebro com uma combinação de alimentação adequada, exercício aeróbico e "fitness" cerebral, o qual consiste em praticar exercícios mentais variados, como os que eu citei neste breve texto.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Quando o excesso de timidez se torna uma doença

A ansiedade social ou fobia social é a intensa ansiedade que surge sempre que o paciente é submetido à avaliação de outras pessoas. Essa ansiedade, embora seja intensa, não deve se estender a todas as funções que uma pessoa possa desempenhar, pois no caso o diagnóstico seria de transtorno de ansiedade generalizada ou TAG.

O diagnóstico da ansiedade social deve ser feito por um psiquiatra ou psicólogo devidamente habilitados para tal, pois esse distúrbio, também chamado de fobia social, pode ser diagnosticado errôneamente em pessoas que são muito tímidas, porém saudáveis.

Na maioria dos casos, a fobia social se manifesta quando o paciente precisa executar certas tarefas ou é exposto a situações bem definidas. Uma sensação de timidez é perfeitamente normal quando somos observados por outras pessoas: esse desconforto, além de ser aceitável, muitas vezes pode até ter suas vantagens, pois pode fazer com que uma pessoa decida preservar sua intimidade em situações onde isso seria desejável. É nesse ponto que vale a experiência e o treinamento do psiquiatra: ele vai considerar esta vergonha ou timidez como doentia a partir do momento em que a pessoa sofre algum prejuízo pessoal por causa dela, como, por exemplo, deixar de concluir um curso de graduação ou de pós graduação por causa de um exame final que exija uma apresentação pública diante de avaliadores. Estou apenas dando um exemplo didático, pois há muitas outras ocasiões nas quais esse distúrbio pode se manifestar.

O tratamento medicamentoso é feito com benzodiazepínicos como o Clonazepam ou com o uso dos antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina. Essas medicações permitem uma recuperação entre 70 e 90% da intensidade dos sintomas. É pouco provável obter uma melhora de 100%, embora algumas pessoas fiquem bem próximas disso. Na prática, foi constatado que muitas pessoas mais velhas, normalmente com mais de 50 anos de idade, apresentam uma maior tendência de não obter melhoras significativas com as medicações; entretanto, não há estudos tenham comprovado cientificamente esse fato.

A terapia cognitivo-comportamental geralmente apresenta bons resultados quando realizada durante um tempo mínimo de duração, que varia entre um a dois anos. Não foi detectada recaída nos primeiros anos após a alta, mas acompanhamentos mais prolongados são necessários para se verificar o tempo que essa psicoterapia específica permite livrar o paciente dos sintomas: se pelo resto da vida (remissão completa dos sintomas) ou por apenas alguns anos. Pode ser até que tal psicoterapia permita uma verdadeira cura, caso os pacientes fiquem o resto da vida sem precisar de novas intervenções de qualquer natureza. Somente o tempo poderá verificar isso, ou seja, só as futuras gerações saberão desse fato.

Os efeitos colaterais mais comuns dos inibidores de recaptação de serotonina, como a Paroxetina (Paxil, Aropax), o Escitalopram (Lexapro) e a Luvoxamina (Luvox), entre outros, incluem diminuição da libido, retardo para atingir o orgasmo, aumento de peso e boca seca (este só no início do tratamento). Já os benzodiazepínicos como o Clonazepam podem causar dependência, retardar os reflexos e induzir à sonolência excessiva, principalmente no início do tratamento.

Persistindo dúvidas, não hesitem em questionar os seus psiquiatras ou mesmo considerem a possibilidade de ouvir uma segunda opinião. Como todos os demais artigos sobre saúde e fitness do Ciências e Poemas, este tem apenas caráter informativo e não pretende substituir o aconselhamento médico adequado.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Como definir seus músculos com custo mínimo

Para quem não gosta de academias ou não pode pagar por elas, e deseja ter uma boa definição muscular a baixo custo, existem exercícios muito simples e eficientes chamados exercícios calistênicos, que são aqueles no quais, ao invés de pegar pesos, a pessoa usa a força da gravidade e o peso do seu corpo para se exercitar.

Na maioria das cidades é relativamente fácil encontrar barras e paralelas em espaços públicos como praças e parques, onde a pessoa poderá exercitar os principais grupos musculares. Por exemplo, a paralela clássica trabalha peitoral, tríceps (os músculos da parte de trás do braço) e os ombros; o mesmo acontece com as flexões de braço (que podem ser facilmente feitos em casa).

Na barra serão exercitados os bíceps (parte da frente dos braços) e os músculos das costas. Ou seja: as barras e flexões/paralelas se complementam. Um pedreiro poderá instalar, de forma segura, uma barra de ferro na parte de cima de uma abertura de porta; assim, com a barra em casa e fazendo flexões de braço, a pessoa estará trabalhando os principais grupos musculares da parte superior do corpo sem gastar um centavo.

Os abdominais poderão ser feitos no chão, de preferência sobre um colchonete duro para não machucar as costas, ou a pessoa poderá comprar um aparelho muito simples, que dever custar cerca de 30 reais e permitirá fazer os abdominais de forma eficiente e com melhor proteção para a coluna.

A musculatura das pernas pode ser trabalhada com agachamentos (tomando o devido cuidado para que o ângulo entre as coxas e as pernas não ultrapasse 90 graus, para não forçar muito os joelhos. Os agachamentos vão trabalhar os quadríceps (parte da frente das coxas) e os glúteos; a batata da perna (panturrilha) pode ser trabalhada com movimentos nos quais a pessoa se apóia na parede e fica na ponta dos pés, depois retornando à posição normal e repetindo o movimento de ficar na ponta dos pés. Finalmente, a parte de trás das coxas poderá ser trabalhada com exercícios nos quais a pessoa se deita de bruços e levanta as pernas até elas ficarem em ângulo reto com as coxas; mas nesse caso será necessário, ou comprar tornozeleiras com pesos, ou pedir para que alguém segure as pernas, tentando "evitar" o movimento de subida das mesmas, pois dessa forma será aplicada uma força aos músculos da parte posterior das coxas. Para terminar, deve ser lembrado que subir escadas de dois em dois degraus é um exercício que trabalha toda a musculatura das pernas.

Com uma alimentação adequada, prescrita de preferência por um nutricionista, os suplementos alimentares, que são caros, poderão ser dispensados. Uma dieta apropriada para definição muscular deverá incluir a ingestão de carboidratos simples e complexos, que devem constituir entre de 50 a 60% das calorias ingeridas em um dia. O restante da dieta deverá constar de lipídeos e proteínas completas como as contidas em alimentos de origem animal (em quantidades moderadas), ou em combinações de leguminosas e cereais na mesma refeição, como o velho e bom feijão com arroz.

Logo após os exercícios, o consumo de carboidratos simples, como a ingestão de um suco de frutas, aumentará a produção de insulina, que é um hormônio que funciona como um anabolizante natural. A pessoa que deseja obter boa definição muscular deverá, sempre após receber o sinal verde de um cardiologista, praticar exercícios aeróbicos como caminhada rápida, corrida, natação, ciclismo, etc. no final da tarde ou no início da noite. Os exercícios aeróbicos, além de promoverem uma melhora na saúde geral da pessoa, proporcionam um sono mais profundo à noite, ocasião em que outro anabolizante natural, o hormônio do crescimento, é produzido em maior quantidade.

Agora que você, leitor, já sabe que pode exercitar seus principais grupos musculares a um custo próximo de zero, basta ter força de vontade e sempre manter a coluna na posição correta para evitar lesões, o que pode ser ensinado por um bom professor de educação física. O professor também deverá ser consultado para estabelecer um programa de séries e repetições de todos os exercícios citados nesse breve artigo, programa esse que deve ser adequado ao biotipo da pessoa.